Os pára-brisas do carro protegem os raios ultravioletas das rugas, os ginásios deixam de ter olhares masculinos repletos de avaliações, as taxas de juro dos produtos financeiros são pensados a preceito. O marketing ganha, assumidamente, um novo M de MULHER. Os produtos e serviços só para mulheres vieram para ficar.
A economia rendeu-se aos saltos altos e o marketing, como não podia deixar de ser, acompanha o passo. Por via da moda, os fatos de executiva podem continuar a ser cinzentos e os sapatos até podem ter um certo ar masculino, mas o universo feminino, principalmente aliado às mulheres com poder, tem cada vez mais cor, luxo e exclusividade. E dinheiro. Havendo dinheiro, há segmentação.
Não faltam exemplos de carros que até há um par de anos piscavam o olho ao segmento feminino mas sem o dizer abertamente na sua comunicação. Aquele tipo de veículos que um homem jamais compraria para si. Pois bem, eis que em julho de 2011, e fruto de um casamento assumido entre as marcas Fiat e Gucci, nasceu o Fiat 500 Gucci: um produto destinado exclusivamente ao público feminino. O design e o glamour eram o seu forte.
A pensar no universo de mulheres ativas que necessitam de um espaço onde possam cuidar do seu bem estar físico, englobando os cuidados alimentares, mas distantes dos olhares de censura – ou aplausos – da ala masculina, foram criados ginásios onde os homens não entram, mesmo no que ao núcleo de profissionais e colaboradores diz respeito. O Curves e o Vivafit são exemplo disso. Existem em Portugal e o negócio está a correr bem.
Exemplos de áreas de atividade que têm apostado também no reino das mulheres é a banca e os seguros. O conjunto de soluções da Caixa Woman, da Caixa Geral de Depósitos, foi pioneira em Portugal e outros seguem-lhe os passos, como é o caso do Crédito Agrícola, com a CA Mulher, no qual se incluem os cartões de crédito, mas também os seguros e os depósitos. As suas mais valias passam, para além de descontos em compras de determinadas marcas, pela existência de seguros de saúde e produtos financeiros específicos para clientes do sexo feminino.
E é precisamente pelo facto de as mulheres ocuparem cada vez mais cargos de importância, do ponto de vista social, empresarial e governamental, que lhes confere acesso a mais poder de compra e predisposição para adquirir e frequentar serviços de produtos que respondam às suas necessidades. Hotéis e restaurantes pensados para mulheres executivas (a primeira foto do post ilustra o Hotel Bella Center, em Copenhaga, Dinamarca) e computador portáteis "woman-friendly" (como este), são mais alguns exemplos disso.
Em jeito de curiosidade, o Metro do Rio de Janeiro, no Brasil, passou a ter carruagens exclusivas para mulheres. Basta olhar para o mercado e perceber. O marketing ganhou mesmo um novo M que apenas agora começa a ser explorado…mas com saltos altos.
Marta Araújo
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