A ida de uma criança ao cabeleireiro costuma ser uma missão complicada para os pais. Chegados aos salões para adultos, onde tudo é grande e aborrecido, os pequenos clientes ficam irrequietos, assustados e impacientes. A pensar nisso, há um novo tipo de atividade que tenta contrariar essa tendência: os cabeleireiros infantis, espaços coloridos e animados, onde os cortes de cabelo, entre outros serviços, se transformam em puro divertimento.
Muitos negócios têm surgido para dar resposta necessidades específicas dos consumidores. Os cabeleireiros para crianças são um desses casos. Trata-se de uma área em crescimento na Europa (Portugal incluído) e nos Estados Unidos, que tem tido boa receptividade e implementação nas zonas urbanas.
Mas como funcionam estes espaços? Num ambiente cheio de cor e atrações, os pequenos clientes podem sentar-se em cadeiras especiais, com formas de carros de corridas e animais, entre outras, nas quais podem ver, confortavelmente, desenhos animados num televisor. Já os meninos e meninas que aguardam vez têm muito com que se entreter: experimentar penteados, fazer desenhos, jogar videojogos ou comer guloseimas. E quase nem se dá conta do momento em que a tesoura entra em ação. Além do corte de cabelo, os serviços destes salões incluem penteados, manicure, maquilhagem, babysitting, pinturas faciais e fotografias.
Em cidades como Lisboa e Porto, já existem espaços do género, como é o caso da Baetas&Cª (ver primeira imagem). Alguns deles também possuem zonas dedicadas aos pais, onde se podem encontrar áreas dedicadas à venda de produtos de higiene, roupa e bijuteria infantis. No final, os pais poderão receber uma madeixa de cabelo dos filhotes para mais tarde recordar, enquanto os mini clientes levam um diploma de primeiro corte, se for o caso, ou fotografias do momento.
No país vizinho, a loja de brinquedos Imaginarium foi das primeiras a apostar neste segmento. E foi tão bem sucedida que outras marcas lhe seguiram o rasto. Foi o caso da Fashion Kids (foto ao lado), rede de cabeleireiros infantis, criada em 2006 para crianças dos 0 aos 14 anos, que conta atualmente com cerca de 20 lojas em Espanha.
No Reino Unido, em Londres, o conceito está ainda mais aprimorado. Por exemplo, o cabeleireiro infantil Tantrum divide-se em dois pisos, um para menores de sete anos e outro para maiores de oito. Ali, o espaço é aproveitado para festas de aniversário, sendo que é também comercializada uma linha infantil, de marca própria, de produtos para o cabelo.
Do outro lado do Atlântico, este tipo de negócio existe há mais tempo. O Apple Seeds, um ATL de Nova Iorque, já o faz há 20 anos e põe o marketing em ação. Por exemplo, se os clientes forem gémeos, o segundo paga apenas metade. E é também em Nova Iorque que está a Beehives and Buzzcuts (ver foto em baixo), que a revista Time Out distinguiu como melhor cabeleireiro infantil da cidade. Não faltam os diplomas de primeiro corte, lavagens gratuitas e serviços de manicure e pédicure. Em acréscimo, há festas temáticas para todos os gostos: tropicais, piratas, princesas ou rock&roll.
Uma boa ideia de negócio pode estar mesmo à frente dos nossos olhos. E com soluções destas, levar as crianças ao cabeleireiro vai deixar de ser um problema.
Bruno Amorim
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