quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O consumidor americano ressuscitou mas está mais poupado


Acho sempre útil olhar para o que está a acontecer nos EUA para entender o que muito provavelmente vai suceder mais tarde na Europa. Assim foi com a crise do imobiliário e o mesmo poderá passar-se com as tendências de consumo, isto é, com o comportamento do consumidor num estado pós-traumático ou pós-crise. Nos EUA, o consumidor "voltou", mas está mais poupado. Mais smart downtrader shopper, diria eu.

O New York Times noticiou há dias que a dívida dos norte-americanos com a habitação está novamente a subir, um sinal aparente de recuperação do consumo. "O consumo privado ainda representa entre 65 a 70% do PIB", explicou, ao NYT, Susan Lund, quadro do McKinsey Global. Sem complexificar o problema, é bom que quem fala sobre estes assuntos tenha a noção que a austeridade sufocante em vigor em Portugal está mesmo a matar a economia e não é o D. Sebastião das exportações que nos vai salvar e muito menos o Estado, que está falido. Atente-se neste quadro simples que mostra como funciona a nossa economia:

Valores em % (2011)
Produto Interno Bruto (PIB)
100
Consumo Privado
66,3
Consumo Público
20,1
Investimento
18,1
Procura Interna
103,9
Exportações
33,5
Importações
39,4
Fonte: Banco de Portugal, Boletim da Primavera 2012

Olhando para o quadro vê-se, por exemplo que as exportações representam apenas 33,5% do PIB e que o consumo privado pesa sensivelmente o mesmo que nos EUA. Se o consumo público pesava 20,1% em 2011, o Governo prevê agora que em 2013 contribua com 18,1% para a riqueza nacional. Ou seja, apostemos no consumidor, nas famílias e não tenhamos complexos porque até nos EUA é assim. Até porque o consumo privado deverá cair 7,3% (Banco de Portugal) em 2012, mas irá desacelerar a queda em 2013 (-1,9% para o Banco de Portugal e -2,2% para o Governo).

E o que está a acontecer do outro lado do Atlântico? Em suma, o consumidor voltou, mas com um novo perfil. Segundo o POPAI 2012 Shopper Engagement Study, a compra in-store está a aumentar, isto é, na loja física, por contraposição à virtual, por Internet. As decisões de compra in-store aumentou de 70% em 1995 para 76% em 2012.

Vale a pena analisar os perfis atuais do consumidor norte-americano.


FONTE:  POPAI’s 2012 Shopper Engagement 


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