O trabalho de um jornalista está sujeito a erros. Ainda mais nos tempos de hoje. Com as redações cada vez mais pequenas, os órgãos de comunicação social têm lidar com a pressão do tempo para serem os primeiros a informar os seus leitores, ouvintes ou telespetadores. Sem tempo para confirmarem a veracidade de todas as fontes, este é muitas vezes um impeditivo de um trabalho de qualidade, com os jornalistas a ficarem mais sujeitos ao erro, rapidamente visível para um grande número de pessoas.
Voltando a um assunto já referenciado no SIM, aqui e aqui, a “informação beta” é um paradigma da comunicação atual. As imprecisões e os erros acontecem a qualquer momento e as audiências são as primeiras a cobrar. Este fenómeno não é exclusivamente português e acontece um pouco por todo o mundo. Até mesmo nos países que identificámos como mais “desenvolvidos”.
O exemplo em baixo ilustra bem o que acontece, quando as notícias falham por carecerem de uma maior confirmação. Nos EUA, uma televisão de Chicago, durante a emissão em direto do seu noticiário da manhã, decidiu colocar no ar imagens de última hora, não editadas, de um suposto acidente com um pequeno avião que se havia despenhado numa auto-estrada de elevado tráfego.
Sem grandes informações sobre o assunto, os dois pivots levaram vários minutos a descrever a ocorrência, totalmente admirados com o que acabava de acontecer. O pior estava para vir quando, com algum embaraço à mistura, anunciaram que tinham sido finalmente informados de que, afinal, aquele era um cenário montado para as filmagens de uma série de televisão. Mais tarde, veio a saber-se que se tratava de uma mera gravação de imagens para a série “Chicago Fire”, que estreou esta temporada e retrata o quotidiano de um quartel de bombeiros.
Tomar decisões em tempo recorde, assume riscos, tal como se viu. O fluxo de informação está em permanente atualização e a exposição ao erro torna-se uma fragilidade dos jornalistas. Falhas como a do vídeo, acabam por ser uma inevitabilidade em certas ocasiões.
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