sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Os currículos criativos vieram para ficar


Num mundo que se move ao ritmo frenético da tecnologia, o currículo tradicional deixou de ser a única ferramenta para quem procura emprego. Com pouco tempo para analisar documentos em papel, as empresas começam a apreciar originalidade e criatividade dos candidatos. Dizer mais em menos tempo pode marcar a diferença. 

Em determinadas áreas de trabalho, as apresentações em vídeo, powerpoint, flyers e cartazes, entre outras, são uma ferramenta usada por muitos profissionais para fazer currículos digitais. Ali exibem interesses pessoais, as capacidades de comunicação, energia e dinamismo. Em simultâneo, criam um envolvimento emocional impossível de obter numa folha de papel a preto e branco. 

Em empresas inovadoras e criativas, faz sentido que o seu recrutamento se identifique com candidatos que se apresentem com ações originais, numa abordagem distante das tradicionais cartas de apresentação e do curriculum vitae (CV), mais focadas na experiência e no passado. Orlando Andrade, licenciado em Publicidade, garantiu a entrada no mercado de trabalho através de um vídeo (ver em baixo) inspirado no famoso jogo “Quem é Quem?”. O vídeo tornou-se um sucesso na Internet e captou a atenção da Wit-Software, uma empresa de Coimbra que desenvolve aplicações para plataformas de informática a nível mundial.




Por outro lado, a conjuntura económica também leva as empresas a ter um maior escrutínio nos seus critérios de seleção, valorizando o esforço e a motivação dos candidatos. E só uma abordagem diferenciadora fará o interessado destacar-se entre dezenas de candidaturas. O estrategista de marketing digital, Matthew Epstein, seguiu este caminho. Criou um site com um vídeo humorístico e 10 razões pelas quais devia ser contratado pela Google. O vídeo tornou-se um fenómeno e a Google convidou-o a integrar os seus quadros. 

Hoje, um CV tem de ir além das capacidades profissionais. Além da carreira e experiência, importa realçar paixões, interesses e hobbies. A personalidade fora do ambiente de trabalho também importa. No entanto, os candidatos a um emprego continuam a ter de construir um conteúdo bem estruturado e ajustado à empresa que desejam. Têm de saber o que querem. 

Nas redes sociais, como o Facebook ou o LinkedIn, existe também uma opção a ter em conta. Mas não basta criar um perfil, é preciso assumir uma postura ativa e criar redes de contacto (networking). Por exemplo, o criativo italiano Cláudio Nader transformou o seu perfil de Facebook num currículo e foi assim que conseguiu um emprego como assistente de redes sociais e editor de conteúdos numa agência de web marketing em Bolonha.



E há quem leve a criatividade para um nível ainda mais avançado. João Dornellas, director de arte da YDreams, decidiu colocar o seu portefólio numa aplicação para iPad. A aplicação foi pensada como veículo de auto-promoção, mas o seu criador estava longe de imaginar o impacto que viria a ter. O projeto registou mais de 4.000 downloads no iTunes, choveram ofertas de emprego de todo o mundo e a sua criação motivou mesmo notícias na revista norte-americana Fast Company e nos sites Mashable, Design Taxi, assim como uma distinção do site FWA, que promove aqueles que considera serem os melhores trabalhos do mundo para a internet e mobile.


Um currículo original pode ser tão bom quanto uma publicidade para si mesmo. Uma espécie de panfleto que é distribuído a um possível cliente (empresa empregadora). É um trabalho de marketing pessoal que pode dar frutos, marcando uma impressão positiva e criando um fator de diferenciação. Basta deixar a criatividade fluir. 

Para terminar, ficam aqui alguns exemplos de currículos criativos: 

Alguns incluem mesmo a possibilidade de obter mais informações através de códigos SMS e QR

A criatividade pode ser a cura para a falta de emprego

Plataformas de apresentação deixaram de ficar circunscritas ao papel a preto e branco

Até uma t-shirt pode servir para causar um impacto positivo junto de quem recruta

Originalidade é um fator de diferenciação valorizado por algumas empresas

Um CV deve ir além das capacidades profissionais. Personalidade e interesses pessoais também importam

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