segunda-feira, 29 de outubro de 2012
Bem-vindos ao plano de marketing hiperciclo
Esqueçam o Plano de Marketing Tradicional (PMT), sobretudo se a ação se desenrola em ambientes altamente disruptivos e de imprevisíveis viragens nas tendências de consumo. Bem-vindos à era do hiperciclo.
A teoria vem explicada na Harvard Business Review, num artigo intitulado Traditional Marketing Planning Is Wrong for Your New Venture. Não será surpreendente dizer que este conceito partiu de uma empresa chamada Sepia Labs, especializada em apps.
A teoria do hiperciclo contém cinco elementos específicos que permitem a um empresário mudar a estratégia e gestão de marketing quando é confrontado com ambientes onde reina uma extrema incerteza.
1. Previsões iniciais e respectivos ciclos de planeamento são relativamente curtos. Em vez de o ciclo tradicional de calendário, o planeamento hiperciclo baseia-se em 30 dias ou ainda menos.
2. Planos baseados no hiperciclo contêm menos componentes inter-relacionados. Novos empreendimentos podem concentrar-se em atividades de marketing simples, que podem ser facilmente eliminadas ou ampliadas com base no feedback do mercado.
3. Enquanto o PMT sugere que as relações e as marcas são cruciais para o sucesso, o planeamento hiperciclo dá ênfase a completar as transações. Isso ajuda os novos empreendimentos a expor e compreender o potencial de oportunidades que de outra forma seriam indetermináveis.
4. O planeamento hiperciclo incentiva os empreendedores a alavancar recursos existentes, tais como as redes atuais e ativos tangíveis. Pense nisso como um chef de cozinha que está a planear a próxima refeição. Um chef tradicional cria um menu e depois vai comprar os ingredientes necessários; o chefe hiperciclo olha para o conteúdo de sua despensa e então projeta um menu para otimizar os ingredientes que estão ali à mão.
5. Os planos hiperciclo são baseados numa ação orientada e permitem aos gestores buscar feedback positivo e negativo. Enquanto feedback negativo pode significar um desastre para o PMT, o hiperciclo permite que os gestores mais facilmente transformem o feedback negativo em sucessos futuros.
sábado, 27 de outubro de 2012
O efeito nefasto do Twitter nos media
Deparei com uma interessante entrevista ao jornalista Enrique Lavilla, da Vozpópuli e que também já trabalhou no El Mundo, sobre o efeito Twitter na Comunicação Social. A velocidade das mudanças tecnológicas é cada vez maior e os media não querem ficar para trás. Incorporam tudo e mais alguma coisa, desde os iPads ao Facebook e Twitter, chegando mesmo aos blogues.
O que nos diz Lavilla? Não é o Twitter que converte algo em viral, mas sim os utilizadores que fazem circular a informação e os meios de comunicação social que a difundem. A trivialização da esfera pública é um dano colateral produzido pela apropriação massiva das plataformas de comunicação pública geridas autonomamente por cada um. Mais importante: Perante este fenómeno, os meios de comunicação têm de escolher entre converter-se em porta-vozes da mediocridade ou, alternativamente em mediadores eficazes do conteúdo de qualidade que também circula nas redes. Vale a pena ler o artigo original de Lavilla que deu azo a esta entrevista (Twitter: el "reino de lo emergente" que marca el paso a los medios de comunicación).
De uma forma menos estruturada, uma reflexão semelhante já me tinha assaltado após assistir em várias ocasiões a um determinado programa desportivo na RTP. Nesse espaço informativo, Álvaro Costa surge do além para ir relatando aos comentadores honoris causa residentes o que se está a dizer nas redes sociais sobre este e aquele assunto. Como diz um conhecido meu, o Twitter é o café e o Facebook é o Pub (nunca lhe perguntei se ele achava que o blogue é um restaurante ou um hotel). Ou seja, a conversa de café é rápida e superficial e o Twitter suporta poucos caracteres para expressar um qualquer pensamento.
É verdade que em ocasiões determinadas são os próprios media que entram pelo café adentro para saber o que o Manel e a Maria pensam sobre o aumento de impostos ou sobre o resultado de Portugal contra a Rússia no apuramento para o Mundial do Brasil. Chama-se a isso reportagem ou apontamento de reportagem. Algo diferente é a banalização de projetos mal acabados de opiniões, impressões ou estados de alma de cidadãos que no Twitter ou até no Facebook podem nem assumir a sua verdadeira identidade. Está-se a dar voz a uma sociedade sem rosto. Não é a Maria nem o Manel.
Acho que o afã de ser atual contagiou os media e poderá estar a levá-los a esquecer o seu papel de mediadores e gestores da produção de uma informação de qualidade, pilar fundamental para erigir com bases sólidas uma sociedade mais democrática e menos desigual. Querem os media ser porta-vozes da mediocridade e do banal?
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