sábado, 19 de outubro de 2013
A Larforma e a sua marca de mobiliário de luxo
O Instituto de Contabilidade e Administração do Porto (ISCAP) recebeu mais um "Encontros com o Mercado - Uma Empresa no ISCAP", um evento realizado pelo curso de Comunicação Empresarial e a LivingBetweenMedia. Desta vez foi convidado Manuel Ferreira, presidente da Larforma, uma empresa de produção de mobiliário e decoração de luxo para os mercados nacionais e estrangeiros, sediada em Avintes, no concelho de Vila Nova de Gaia. Trabalha em parceria com designers, arquitetos e decoradores no mercado “business to business” (B2B).
Um dos pontos centrais deste certame foi a marca "Porto Work", um dos novos projetos da Larforma, que muito em breve terá a sua página disponibilizada na Internet. A nova marca vem satisfazer um nicho de mercado com algumas lacunas: "No meu diálogo constante com os designers e arquitectos percebi que há uma contração e contenção. Não existe coragem em apostar. Não o faz o comerciante, não o faz o decorador, então temos que ser nós a fazê-lo. É um mercado pequeno, mas há compradores", disse Manuel Ferreira. Será um produto de luxo a um preço mais acessível, pois "luxo só é luxo quando se quer que se chame luxo", tendo como cliente alvo o consumidor final.
O nome da marca resulta, como se pode perceber, da cidade do Porto cada vez mais focada no trabalho. As peças de mobiliário são produzidas com materiais nobres, desde couro a madeiras trabalhadas, e os maples levarão molas em espiral tal como antigamente. Os tecidos utilizados são da italiana Loro Piana, adquirida recentemente pelo gigante de produtos de luxo, o grupo LVMH, que detém a marca Louis Vuitton.
Sendo a "Porto Work" um produto de luxo mais barato, afirmou Manuel Ferreira que "mais do que fazer peças diferenciadas, queremos comunicá-las numa primeira fase pela divulgação nas redes sociais e nos media”. Falou também da crescente tendência para a compra online, como uma novidade em termos de distribuição. Mas para o empresário, o cliente não só gosta da comodidade de adquirir os produtos através da sua casa, como também gosta de os ver e lhes tocar antes de os ter na sua posse, pelo que as peças também estarão disponíveis através de lojistas que terão um espaço para exibi-las. Os decoradores e arquitetos também intervirão nesta fase, mas como conselheiros do consumidor final. O objectivo é criar uma rede de parceiros que serão orientadores ou consumidores finais.
Relativamente à criação de postos de trabalho, Manuel referiu que é uma ambição criar novos empregos com este projeto, estando dependente do êxito que o lançamento da nova marca vier a ter. Atualmente, conta com o apoio de 23 funcionários.
A empresa de Manuel Ferreira é o seu orgulho. "Falar da Larforma é falar da minha vida". E o setor do luxo nem sempre fez parte da sua vida. Contou o administrador que não tem licenciatura e que apenas aos 60 anos se inscreveu na licenciatura de Marketing numa instituição de ensino superior do Porto à procura de determinadas respostas. Teve uma educação humilde. Quando era miúdo ia para a escola descalço, isto nos anos 60, estudou apenas até à 4.ª classe e com 12 anos começou a trabalhar. "Tinha ambição de ser alguém na vida", salientou o empresário, emocionado ao recordar os seus tempos de juventude.
Fugia sempre à concorrência: se criavam uma linha clássica de mobiliário, ele criava uma linha contemporânea e vice-versa. "Uma marca quando nasce italiana está condenada ao sucesso, quando nasce portuguesa tem que partir muita pedra", concluiu o fundador da Larforma.
Tiago Martins
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